domingo, 2 de setembro de 2018

Frio



Paro meu carro no acostamento da estrada. Na verdade nem sei pra onde estou indo. Olho para frente fixamente mas não vejo nada diante dos meus olhos, meus pensamentos estão em outro lugar, quando percebo, há uma placa diante de mim com uma seta para a direita e um texto bem grande: Estacionamento. Sigo o caminho indicado pela seta e me deparo com um lugar com o chão de paralelepípedos e logo adiante uma praia. Saio do carro e começo a caminhar.

O céu está nublado, mas não está chovendo. Uma família brinca próximo da água. Me detenho por um instante vendo a alegria estampada nos rostos daquelas pessoas, uma alegria cujo significado eu não sei mais. Levo a mão ao bolso do sobretudo preto que visto e acendo um cigarro, posso ver a fumaça subindo em linha reta, não há vento. Olho para o mar e vejo que o céu trocou seu tom cinza claro por um bem mais escuro e o mar começa a ficar revolto, apesar disso, não sinto vento algum tocar meu rosto. 

Subitamente uma forte ventania nos atinge. O mar se eleva diante de meus olhos. A família que estava à minha frente não estava mais lá e começo a recuar, dando passos para trás mas olhando fixamente pro mar, que se revolve em ondas cada vez maiores. Em poucos instantes a água começa a avançar de forma violenta: se havia uma forma de fugir agora não parece mais haver. Giro meu corpo para começar a correr, mas a massa de água me atinge e tudo fica escuro.

Frio.

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2 comentários:

  1. wow, se fosse chutar diria que a ideia veio de um sonho seu kkkk,
    Eu só imagino a cena deve ser assustadoramente incrível.

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    1. Oi Rodrigo! Sim, foi um sonho que romantizei. Como você sabia? Eu amo esses sonhos que tenho com clima sombrio e sempre tento transforma-los em contos. Obrigado pelo comentário! :)

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